domingo, 8 de março de 2009

ORIXÁS, SANTOS E DEMÔNIOS – III

Como é bem sabido, os ritmos intensos produzidos pelos tambores dentro dos terreiros há muito já invadiram ruas, cidades, corações e mentes. O domínio e o conhecimento de um vastíssimo repertório musical fazem do candomblé uma religião dançante por excelência. Tambor é ritmo, movimento, energia, axé.

Explica Reginaldo Prandi: “Para tudo se canta. Para acordar, para dormir. Para tomar banho, para comer. Para ir à rua e chegar em casa. Canta-se para colher as folhas e para cada folha uma cantiga específica. Canta-se para se benzer durante os trabalhos de limpeza ritual do corpo e da alma. Para invocar os ancestrais e afastar os maus espíritos. Para realizar os sacrifícios, para oferecer as comidas. Para a luz do dia e o escuro da noite; para que o amanhã volte sempre a acontecer. Para a terra, para a chuva e para o vento, canta-se para os caminhos que se abram e para que a vida seja menos dura. Canta-se também pelo simples ócio. Canta-se pela liberdade.”

Candomblé, samba, carnaval, capoeira, jongo, tambor de crioula, maracatu, tudo gira com um eixo comum: a música. E sempre em rodas, sempre em círculos, sempre em torno. Repetindo e inaugurando novos ciclos, mudanças, expansão de idéias.

É infindável a lista de músicas brasileiras que fazem referências aos orixás, encantados e outras entidades. Desta vez, vamos de Martinho da Vila, direto do clássico “Canta Canta Minha Gente”:


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