sexta-feira, 13 de março de 2009

GREY GARDENS



“Dois caminhos divergiam num bosque de outono,
E que pena não pude seguir por ambos.
Tomei o menos trilhado
E isto fez toda a diferença.”

Os versos de Robert Frost servem como a epígrafe perfeita para “Grey Gardens”, filme comovente e perturbador dos irmãos Maysles.

A história é a seguinte: Em 1973, Edith Beale, 78, e sua filha Edie, 56, respectivamente tia e prima de Jackeline Kennedy Onassis, moravam em Grey Gardens, uma mansão em East Hampton, balneário de luxo perto de Nova York com oito gatos, pulgas, mato tomando conta do jardim, paredes descascadas, guaxinins e sem água encanada. Elas se isolaram ali há mais de vinte anos depois que o marido de Edith a deixou, levando junto o nome e o prestígio da aristocracia americana.

Edie, a filha, nunca se casou. Enquanto a família ainda estava estruturada, estudou literatura, arte e canto. De rosto e corpo belíssimos, quase tornou-se modelo. O que dá a entender no filme é que nunca se interessou pelos rapazes da alta roda, sempre jogadores de pólo, de golfe ou megaempresários com os cofres cheios de cascalho.

Por outro lado, Edith, a véia, chegou a fazer carreira de cantora e gravou alguns discos. Alguns dos melhores momentos do filme estão em suas observações sobre a vida e nos momentos que ela canta. Mesmo com todas as dificuldades de relacionamento entre as duas e a insalubridade dentro e fora de casa, o carisma dessas duas mulheres é impressionante.

Agora, um pouco sobre os realizadores deste filme: Os irmãos Maysles dirigiram pérolas como “Caixeiro Viajante” (sobre a rotina de quatro vendedores de Bíblia) e “Gimme Shelter” (sobre os Rolling Stones). Eles atuam simplesmente como observadores, acompanham diretamente a realidade, respeitam o tempo de seus retratados, observando os conflitos, delírios e alegrias. Ao mesmo tempo que participam, comem da mesma comida, aparecem refletidos nos espelhos, sempre de maneira respeitosa e por vezes implacável, sempre impulsionando a vida.

A dependência psicológica entre mãe e filha rendem diálogos geniais. Dignos de um romance de Faulkner ou uma peça de Tenesse Williams. Eu penso: Como cuidar de nossos “Grey Gardens”?

4 comentários:

Anônimo disse...

muita curiosidade de ver...já está nas locadoras ou no cine???

Frida disse...

qd que a gente vai se encontrar pra trocar os filmes? rsrsrsrs

Mari disse...

interessante....
Mas, me deu preguiça....
pq?
Fala tu, cara de tatu!!
Lembra que a gente passava os domingo INTEIROS vendo filme??
Eram uns 6 por final de semana!
Doidos!!

pituxa22 disse...

Estréia dia 18 de abril na HBO americana,sem previsão de estréia no Brasil . Não percam,beijos